sábado, 25 de outubro de 2008

Salvar a Terra ou as bolsas?

Salvar a Terra é mais barato do que salvar as bolsas. Em menos de um mês o derretimento do sistema financeiro internacional custou mais de US$2 trilhões — só o pacote de líderes europeus para os bancos é coisa de US$1,36 trilhão.
Nos EUA se fala em algo em torno US$3 trilhões. Isso é muito mais do que o Relatório Stern estimou que seria necessário para salvar o planeta do aquecimento global até o fim do século, caso os governos se mexessem agora — o que, claro, não aconteceu. Preparado pelo ex-economista chefe do Banco Mundial Nicholas Stern, em 2006, o relatório estimou que consertar o clima custaria 1% a 3% do PIB mundial (1% equivale, a grosso modo, a cerca de US$650 bilhões ).
Não fazer nada custará 20% do PIB planetário. E os governos dão sinais de que não farão mesmo nada significativo. Porém, as bolsas não são as únicas a derreter. O gelo dos pólos vai literalmente por água abaixo e, com ele, o sistema climático. O sinal mais recente chegou neste fim de semana. O navio alemão Polarstern se tornou o primeiro barco de pesquisa a circunavegar o Pólo Norte e a atravessar num mesmo verão (no Hemisfério Norte) as passagens Nordeste e Noroeste.
Em 2013, não haverá mais gelo no verão do Ártico. E se a Bolsa de Nova York não quebrava há 80 anos, o Ártico também não derretia dessa forma há 3 milhões de anos. Um climatologista lembrou esta semana no jornal inglês “Independent” que o Ártico é “o canário de mina” das mudanças climáticas. O problema é que o passarinho, pelo visto, já morreu. O GLOBO - 21/10/08

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