domingo, 29 de março de 2009

Curió condenado

Postagem extraída do blog do Hiroshi Bogéa
"A recente condenação de Sebastião Curió a pagamento de R$ 1,1 milhão, além de suspensão de seus direitos políticos por cinco anos, acusado pela Justiça Federal de enriquecimento ilícito e fraude em licitações públicas, é resultado da obstinada e solitária luta do ex-vereador Wenderson Chamon contra os desmandos que o ex-major da ditadura espalhava pelo município.
Corajoso, o então jovem parlamentar encarou a organização de pistolagem comandada pelo ex-prefeito, acompanhando, passo a passo, os trâmites da denúncia oferecida ao MPF, numa batalha desigual, desproporcionalmente desigual. Sem dinheiro e sem aliados – os que surgiram afoitamente desistiram no meio da viagem -, Wenderson encarnou símbolo de opositor tenaz a Curió, até derrotá-lo em três instâncias.
Primeiro, ao conseguir a cassação definitiva do mandato de prefeito do truculento militar da reserva; depois, vencendo a eleição para prefeito de Curionópolis; e, por último, a condenação dele pela série de irregularidades cometidas.
O ex-secretário de Finanças, Wilson da Silva Marques, também denunciado, foi absolvido. Ele era gerente do Banco do Estado do Pará, quando afastou-se da função para ocupar o cargo que Curió lhe oferecera."

6 comentários:

  1. Radical se transforma em moderado -
    Por Ivanildo Vilanova

    Radical se transforma em moderado
    Se quiser jogar bem no outro time
    Ou acopla-se aos moldes do regime
    Ou por outra depois tu é cassado
    Quando não ele fica deslumbrado
    Com mulheres, passeios e prazer
    Mordomia, jetom, luxo e lazer
    Tudo isso é efêmero, mas ilude

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    O ministro, o prefeito, o deputado
    Com direito a chofer e secretária
    Segurança, assessor, estagiária
    Gabinete com ar condicionado
    Vai lembrar-se do proletariado
    Com favela e cortiço pra viver
    Ou será que não vai se aborrecer
    Com esgoto, favela, mofo e grude

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    E o mártir que tem convicção
    De arriscar sua vida, seu emprego
    A família, o futuro, o sossego
    Por um povo, um projeto, uma nação
    Um Sandino tentou mas foi em vão
    Um Guevara esforçou-se por fazer
    Hoje em dia é difícil aparecer
    Marighela, Lamarca ou Robin Hood

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    Que fará um sujeito agitador
    Bóia-fria, sem-terra, piqueteiro
    Camarada, comuna, companheiro
    Se um dia tornar-se senador
    Vindo até se eleger governador
    Qual será o seu novo proceder
    Vai mudar, mentir ou vai manter
    As promessas que fez de forma rude

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    Quem tem honra, da mesma não se aparta
    É querer liberdade pra o Nordeste
    É Xanana Gusmão do Timor Leste
    Enfrentando os exércitos de Jacarta
    Boutros Ghali primando pela carta
    Que o Pentágono queria prescrever
    É qualquer palestino a combater
    Um Netanyahu ou Ehud

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    No período que o adolescente
    Quer mudar o planeta e o País
    Através dos arroubos juvenis
    Vira líder, orador e dirigente
    Mas se um dia ele vira presidente
    O que foi nunca mais poderá ser
    Aí diz que o remédio é esquecer
    As loucuras que fez na juventude

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    Todo jovem a princípio é sectário
    É o atuante grevista, condutor
    Exaltado, anti-yankee, pregador
    Um perfeito revolucionário
    Cresce, casa-se e torna secretário
    E aí o que trata de fazer
    Leva logo a família a conhecer
    Disneylândia, Washington e Hollywood

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    Quem vivia de luta e de vigília
    Invasão, pichamento e barricada
    Através disso aí fez uma escada
    Pra chegar aos tapetes de Brasília
    Vai pensar no progresso da família
    E o que faz pra do posto não descer
    Nunca falta quem queira se vender
    Sempre acha um covarde que lhe ajude

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    Dirigido não é o dirigente
    E dominante não é o dominado
    Se quem vive debaixo é revoltado
    Quando sobe ele fica diferente
    Compreendo a fraqueza dessa gente
    Submissa ao desejo de vencer
    Quem sou eu pra ser dono da virtude

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder

    Eu já vi muita gente amarelar
    Por pressão covardia ou por dinheiro
    Jornalista, cantor e violeiro
    Metalúrgico, político e militar
    Só Luís Carlos Prestes foi sem par
    Defendeu sua tese até morrer
    E Gregório Bezerra sem temer
    Levou seus ideais ao ataúde

    Não conheço esquerdista que não mude
    Quando pega nas rédeas do poder...
    __________

    IVANILDO VILANOVA

    Trecho da faixa dois do CD Improvisos do Brasil. Mesmo autor da letra de "Nordeste Independente", musica gravada por Elba Ramalho. Ivanildo Vilanova, advogado, é considerado um dos maiores repentistas do País. Filho do violeiro José Faustino.

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  2. Sou um admirador do Ivanildo Vilanova! Anônimo, se puder se identificar, eu agradeço. Agradeço ainda mais se me mandar esse repente, ok?

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  3. Calma mestre uma coisa de cada vez, e o merecimento fica aonde?

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  4. Bom já que está calmo aí vai mais uma do Ivanildo Vilanova

    Nordeste Independente

    Composição: Bráulio Tavares/Ivanildo Vilanova

    Já que existe no sul esse conceito
    Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
    Já que existe a separação de fato
    É preciso torná-la de direito
    Quando um dia qualquer isso for feito
    Todos dois vão lucrar imensamente
    Começando uma vida diferente
    De que a gente até hoje tem vivido
    Imagina o Brasil ser dividido
    E o nordeste ficar independente

    Dividindo a partir de Salvador
    O nordeste seria outro país
    Vigoroso, leal, rico e feliz
    Sem dever a ninguém no exterior
    Jangadeiro seria o senador
    O cassaco de roça era o suplente
    Cantador de viola o presidente
    O vaqueiro era o líder do partido
    Imagina o Brasil ser dividido
    E o nordeste ficar independente

    Em Recife o distrito industrial
    O idioma ia ser nordestinense
    A bandeira de renda cearense
    “Asa Branca” era o hino nacional
    O folheto era o símbolo oficial
    A moeda, o tostão de antigamente
    Conselheiro seria o inconfidente
    Lampião, o herói inesquecido
    Imagina o Brasil ser dividido
    E o nordeste ficar independente

    O Brasil ia ter de importar
    Do nordeste algodão, cana, caju
    Carnaúba, laranja, babaçu
    Abacaxi e o sal de cozinhar

    O arroz, o agave do lugar
    O petróleo, a cebola, o aguardente
    O nordeste é auto-suficiente
    O seu lucro seria garantido
    Imagina o Brasil ser dividido
    E o nordeste ficar independente

    Se isso aí se tornar realidade
    E alguém do Brasil nos visitar
    Nesse nosso país vai encontrar
    Confiança, respeito e amizade
    Tem o pão repartido na metade,
    Temo prato na mesa, a cama quente
    Brasileiro será irmão da gente
    Vai pra lá que será bem recebido
    Imagina o Brasil ser dividido
    E o nordeste ficar independente

    Eu não quero, com isso, que vocês
    Imaginem que eu tento ser grosseiro
    Pois se lembrem que o povo brasileiro
    É amigo do povo português
    Se um dia a separação se fez
    Todos os dois se respeitam no presente
    Se isso aí já deu certo antigamente
    Nesse exemplo concreto e conhecido
    Imagina o Brasil ser dividido
    E o nordeste ficar independente

    Povo do meu Brasil
    Políticos brasileiros
    Não pensem que vocês nos enganam
    Porque nosso povo não é besta

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