Um menino entre tantos
Vivendo um sonho
Entre restos e escombros
Da Vila miséria.
Um diamante
nascido lapidado
Uma pérola única,
Um gigante
Em um corpo miúdo
Humano como os mais
Humanos dos viventes.
Vibrante com seu dom.
Equilibrista em uma corda
entre abismos.
Caiu, tantas vezes ferido.
Encantou a turba
que o aplaudiu e apedrejou,
querendo mais e mais.
Acreditavam ser ele
mais do que era,
como se não bastasse
ser uno.
Um deus de carne e osso
Daqueles
Criado com esmero
Do Sopro Maior.
Se benzia sabendo
De seu coração
igual ao meu e de todos.
Mortal, letal, com sua zurda.
Um mágico solidário
em sua mestria.
Sorriso juvenil, família.
Lágrima de se saber fraco. Sucumbiu,
esquecendo as santas
palavras da Oração maior;
Das tentações.
Como ele, não mais.
Semblante altivo
Um Davi
que pouco a pouco
Destruiu seu coração
De líder natural.
Poderia estar
com sua zurda malabarista.
É inigualável.
Mas cansado se foi.
Fez um esforço grande
para morrer.
E foi,
Pelas mãos do seu povo encontrar-se com seu
Destino final.
( Olinto Vieira )
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