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atenção ao pecado, que ameaça a ruína do Castelo;
- aprofundar no conhecimento próprio, para estar fundado em humildade;
- dilatar o olhar e esquadrinhar dentro de si a vasta paisagem do Castelo interior.
- aprofundar no conhecimento próprio, para estar fundado em humildade;
- dilatar o olhar e esquadrinhar dentro de si a vasta paisagem do Castelo interior.
Texto de Santa Tereza; o Capítulo começa assim: “Antes de passar adiante, quero
dizer-vos que considereis o que será ver este Castelo tão resplandecente e
formoso, esta pérola oriental, esta árvore de vida que está plantada nas mesmas
águas vivas da Vida, que é Deus, quando cai em pecado mortal. Não há trevas
mais tenebrosas, nem coisa tão escura e negra que ela o não esteja muito mais.”
(M I, 2,1)
O místico tem olhos lúcidos para o mistério do mal. Uma
mística tão otimista e clarividente como a Santa Madre tem uma visão sombria
do pecado. Acompanha-a a sua consciência de pecadora: ela sabe-se e diz-se
pecadora convertida. No mal do pecado ela sublinha o aspecto ético: a desordem
que introduz no homem, na estrutura interior do Castelo. Mas mais que este
aspecto ético, interessa-lhe destacar a dimensão teologal: no interior do
Castelo, o pecado mortal frustra simplesmente a relação do homem com Deus, fica
quebrado o projeto inicial de Deus para cada homem, que consistiu no radical
chamamento do homem à comunhão com Ele.
Na linguagem da Santa Madre é como se o homem se desabite a
si mesmo, obrigado a abandonar o próprio Castelo num gesto de alienação, para
viver fora ou no fosso, molestado por répteis venenosos. Pelo contrário, o
pecado não consegue desalojar Deus do Castelo, que o continua a habitar, embora
a pessoa esteja incapaz de participar da vida d’Ele.
O homem em pecado é um castelo em ruínas, é um homem tenso
pelo des-centramento e o desenraizamento, é um homem exteriorizado e derramado,
escravo e não senhor. É vivido, não vive. (
Santa Tereza de Jesus)
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