Nos minutos finais, encerrando a jornada, sentindo a proximidade súbita da chegada no ponto final, não se lembrou da última refeição, de quanto tem no banco, da prestação do carro, do material escolar distribuído pelas autoridades nem do nome do último ou do próximo governante nacional, muito menos daquela eleição 'importantíssima', ou da senha da sua rede social, das mensagens proibidas no celular. Não se lembrou do tempo perdido na discussão política acirrada nem da superdimensão dedicada a isso. Queria desesperadamente chamar o amigo ou o filho ou a mulher ou o pai ou o irmão ou a mãe para dizer palavras que deveria dizer e não disse; sentiu ansiosanente naquele momento que não conseguiria fazê-lo. Na cabeça, turbilhão de pensamentos e naquele momento, o que importava muito, muito, era o tempo, tempo, tempo, temp, tem, te, t, ...
( Olinto Vieira11/11/2018)
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