Ainda mediano em minha pouca vivência, me compraz o acelerado passo do cotidiano, pela necessidade de não pensar, se houver horas vagas. Pensando, sei que sofro. A insignificância da luta, o objetivo que não existe, as teorias inúteis, as desculpas infinitas, o vitimismo, a ansiedade de ensinar o que nem eu sei, a certeza da fuga, os dias conscientemente repetidos, os problemas que se sucedem, o desespero da falta de solução, a suspeita da falta de sentido da vida; a falta de sentido da vida. Turbilhão! Atarefado, me atrapalho com meu proprio agito, com a ilusão de que "está tudo bem". Suando, preciso ver o suor para acreditar que é suor. Enganando-me, finjo que é sagrado. Mudo, converto-me à mesma multidão da qual quero me distanciar . Surdo, grito com minha própria sombra, como se a rejeitasse. Me visto pelo avesso para combater um inimigo inexistente. Mujo, no mesmo ritmo da manada, um tom mais alto para que meu idioma seja entendido pelo volume. Acordo sedado de ignorância, já não sonho e durmo de luto, todo santo dia, precisando de uma razão, mas não à procura dela, porque a rejeito. Porém, em instante de lucidez, no dever de me aperfeiçoar naquilo que ja consigo ver, me lembro que bastam as dores minhas. Preciso apenas delas para me ocupar. E em um segundo de Paz, agradeço a Deus os raios de luz que me fazem reconhecer as cicatrizes de uma vida imprecisa, (entretanto com segurança), dentro da Nave Divina, sujeito à tempestade, mas com a certeza da contínua presença do Sol. (26/07/18 22:22 Olinto Vieira, última quinta feira do mês de Julho de 2018)
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