O que fiz nessa vida
de triste porém necessário, e o fiz sem conforto; por nobre missão de filho ?
Carregar o caixão do pai morto.
Foi uma terça ou quarta feira, e eu recebendo as pessoas. Os amigos tambem que eram dele, alguns com olhar absorto, olhando o rosto sem vida, no caixão do meu pai, já morto.
Nesse dia de despedida, homenagens da terra natal, oitenta anos de amigos, e eu procurando um porto, encontrava sem querer os meus olhos, na Acácia Amarela juncada no caixão do meu pai, corpo morto.
E o relógio parado no tempo, na manhã que nunca terminava. Meus irmãos, minha mãe, meus tios, meus primos, minha tia mais velha, abalada, triste, um jeito afoito, conversando com o irmão mais novo, o meu pai, que jazia morto.
E na hora, às cinco da tarde, ritual Justo e Perfeito, torcemos os parafusos, cuidadosos subimos o horto, só aí desatei-me no choro. Despedi do meu velho pai morto.
( Olinto Vieira)
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