- Não faço rir, sou um desajuste, um fruto verde que não vingou, um novelo embaralhado.
- Você entende que eu sou a piada e ri do meu riso nervoso, do meu rosto trêmulo. Não me dá atencão, continua com as suas conversas no celular.
- "Danço para a melodia do rouxinol
- Pássaro, voe alto ao luar"
- Depois volte e traga para dentro de mim a paz que nunca encontrei.
- Sabe, eu descubro segredos, eu escondo meus medos, eu tenho uma máscara que me protege nos dias frios e nos dias quentes. Nos dias mornos eu morro.
- Você nunca entenderia mesmo minha piada e o pior é que eu dependo do seu riso. Dependo da sua admiração, dependo da sua atenção, pois a linha que te separa do riso é o tempo que não presta atenção em mim.
- Eu sou um triste palhaço querendo avidamente agradar seu momento, mas não olhe apenas para minha fantasia. Leia meus pensamentos, decifre minha alma.
- Só quero o remédio que controle esse meu riso torto e nervoso quando preciso estar solto e tranquilo. As cores me confundem, os olhos não me entendem, eles riem de mim. As luzes piscam demais.
- Mas se é isso que eu quero, eu quero o quê? Que chorem de mim? Eu sou o comediante sem graça e trabalho duro. A plateia de homens sãos nem querem saber quanto eu ganho. Os pensamentos me saem e eu os vejo rindo da minha insanidade.
- Durante o dia não me fantasio, não preciso. A natureza de desconhecido se instalou sobre mim e eu espero a noite para me esconder mais uma vez. Durante o dia o invejoso procura saber do patrão do mal, quanto eu recebo.
- A noite é passageira, a vida é tão longa. Se eu soubesse o que não sei, seria melhor. O amor é desconhecido, a verdade me ronda, eu fujo mas ela me encontra. Preciso do meu esconderijo.
- Não!
- Você não entenderia minha piada.
- (Olinto Campos Vieira)
Total de visualizações de página
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
Jokerman
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário