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sábado, 16 de janeiro de 2021

O Malabarista

Um menino entre tantos

Vivendo um sonho

Entre restos e escombros 

Da Vila miséria. 

Um diamante 

nascido lapidado

Uma pérola única,

Um gigante

Em um corpo miúdo 

Humano como os mais

Humanos dos viventes. 

Vibrante com seu dom. 

Equilibrista em uma corda 

entre abismos.

Caiu, tantas vezes ferido.

Encantou a turba 

que o aplaudiu e apedrejou, 

querendo mais e mais.

Acreditavam ser ele

 mais do que era, 

como se não bastasse 

ser uno.

Um deus de carne e osso

Daqueles

Criado com esmero 

Do Sopro Maior.

Se benzia sabendo 

De seu coração

 igual ao meu e de todos.

Mortal, letal, com sua zurda.

Um mágico solidário 

em sua mestria.

 Sorriso juvenil, família.

Lágrima de se saber fraco. Sucumbiu, 

esquecendo as santas 

palavras da Oração maior;

Das tentações.

Como ele, não mais.

Semblante altivo

Um Davi 

que pouco a pouco

Destruiu seu coração 

De líder natural.

Poderia estar 

com sua zurda malabarista.

É inigualável.

Mas cansado se foi. 

Fez um esforço grande 

para morrer.

E foi,

Pelas mãos do seu povo encontrar-se com seu

Destino final.


( Olinto Vieira )

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