DE VOLTA
"Encontro todo tipo de comentário a respeito desta coluna. Algumas pessoas me param na rua, perguntando porquê parei de escrever e respondo que apenas dei uma pausa. Escrever para mim requer instantes de reflexão já que não me proponho a falar sobre escândalos da vida alheia ou polêmicas em geral. Encontro gente também que reclama porque eu não falo da política, sobre as rivalidades que rondam o meio, as fofocas do dia e etc. Para falar sobre isso não é necessário pensar muito, mas não há nada de novo nesse ‘front”. É sempre a mesma coisa.
Deixo claro que não sou um alienado e nem fico em cima do muro a respeito de qualquer tema. Tenho meu pensamento muito bem embasado a respeito das coisas da vida. Apenas acho as balbúrdias e dramas pessoais, assim como o “vai e vem” da política já tem demasiados tradutores e exploradores suficientes; não quero participar dessa concorrência. Além disso, não tenho talento para futricas do cotidiano nem gosto de dores de cabeça.
Até mesmo na advocacia, escolho de forma bem selecionada as ações as quais participo. Não por rebeldia, soberba ou coisa que o valha mas eu respeito demais minha profissão para colocá-la a serviço da mesquinharia, da sordidez, da desonestidade e do escândalo; considero que há coisas mais importantes para serem faladas. Na minha cidade tinha um advogado excêntrico que apesar de ter família, se apegou pela profissão a tal ponto que perdia a cabeça e entrava, com paixão, em todas as causas, participando dos dramas das separações que fazia, engolindo as mágoas e ódios dos crimes que defendia. Separou-se da mulher e casou-se com a advocacia. O fim dele não foi bonito e tenho isso como exemplo.
Moro em uma cidade diferente de todas as outras, com uma realidade ímpar, com pessoas com história de vida interessantíssima. São subsídios mais do que suficientes para qualquer cronista.
O motivo da minha pausa foi o trabalho.
Aliás, tive uma experiência de trabalho em outro Município, e esta experiência foi extremamente enriquecedora para mim e não estou falando do campo financeiro mas das relações humanas. Percebi de uma forma clara, mais uma vez, que a confiança é construída com a sinceridade, honestidade e respeito.
Firmei vários amigos em um curto espaço de tempo que, tenho certeza, me darão bons frutos para a vida inteira e os frutos são a boa convivência e a referência e lembrança para outros trabalhos. Gosto sempre de deixar as portas abertas para um possível recomeço. E isso se deve exatamente neste espaço que agora volto para um convívio, espero, mais duradouro."
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