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segunda-feira, 5 de junho de 2017

curso normal

Quanto mais o tempo passa, as coisas vão seguindo o seu curso normal, dia após dia. E mesmo assim, os dias sendo diferentemente iguais, temos surpresas; umas boas, umas nem tanto. Convivemos desde cedo com as marcas vermelhas das bordoadas da vida. A maioria de nós, em seus momentos de maior desespero, como se estivéssemos presos no tronco, qual escravos, sem gemidos, cansados e resignados até com o peso do chicote e seus duros golpes. Anestesia. Em momentos de maior desespero, brasileiro se iguala a suíço, cada qual com sua dor particular que só cada um sabe a intensidade. Peso igual é o da alegria, do sentimento de felicidade por algo tão desejado, que é solenemente ignorado pela maioria dos viventes. Aquela vontade de abraçar o mundo permanece, mas o mundo nem se move com nossa alegria.  Natural; cada um com seu cada qual. E o rio vai passando, todos os dias, no mesmo caminho, alguns calmos, outros mais corridos; alguns dias fazem sol, outros a chuva balança os galhos da árvore e enquanto isso, em uma janela, lágrimas caem e sorrisos se iluminam. Por muitas vezes, as tristezas e as alegrias são no mesmo momento na vida de pessoas diferentes. Um raio cai sim, no mesmo lugar duas, três vezes seguidas. Só nós sabemos disso; não existe famoso ou endinheirado, anônimo ou pobretão que não seja necessitado e carente. Vivemos em um mundo de pedintes; todos pedimos, seja para quem for, seja o que for, demonstramos sem pudor nossa condição humana em algum momento na vida. 

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