No Estado do Amazonas, por exemplo, neste mesmo período, ocorreram 11.878 óbitos infantis com crianças nesta faixa etária. Os municípios mais afetados foram a capital Manaus com (6.390), Parintins (399), Manacapuru (335), São Gabriel da Cachoeira (330) e Coari (294). Neste mesmo período, a Amazônia Legal, que envolve os Estados do Amapá, Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins, registrou 76.916 mortes de crianças menores de um ano de idade. O número corresponde a 17,32% dos óbitos infantis em todo o Brasil. No mesmo período, foram 443.946 óbitos nacionais.
Os dados do governo federal revelam ainda que aproximadamente 70% das mortes de recém-nascidos ocorrem por causas evitáveis, entre elas, falta de atenção adequada à mulher durante a gestação, no parto e também ao feto e ao bebê. Além desses fatores, a mortalidade infantil também está associada à educação, ao padrão de renda familiar, ao acesso aos serviços de saúde, à oferta de água tratada e esgoto e ao grau de informação das mães.
A presidente da Sociedade Paraense de Pediatria (SPP), Amira Figueiras, alerta para os desafios colocados aos pediatras. “Em julho de 2007, o Ministério da Saúde, por meio dos Cadernos de Informações em Saúde, divulgou que 25,7% dos óbitos no Pará eram por causas mal definidas. No Maranhão, o índice atingia 36,6%, e, no Amazonas 22,6% . No Amapá a atingiu 14,6%”, informa.
A presidente assinala ainda que as estatísticas refletem uma realidade diretamente relacionada a aplicação das políticas públicas nas instâncias da Federação brasileira e no setor privado. No Brasil, nos últimos anos, a taxa de mortalidade infantil vem diminuindo ano a ano, passando de 47,1 óbitos em menores de um ano por cada mil nascidos vivo em 1990 para 19,3 em 2007. “Pelos dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil está entre os 16 países, em um grupo de 68 nações, em condições de atingir a quarta meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e chegar à taxa de 14,4 mortes por mil nascidos vivos, em 2012, três anos antes da data limite fixada pela instituição internacional. Para tanto é necessário a contribuição de todos para atingirmos esta meta.”, enfatiza.
Amira defende que o declínio da mortalidade infantil no Brasil é resultado de vários fatores, dentre eles do aumento da cobertura vacinal da população, uso da terapia de reidratação oral, aumento da cobertura do pré-natal, melhoria na assistência ao recém-nascido, ampliação dos serviços de saúde na atenção primária, redução contínua da fecundidade, melhoria das condições ambientas, aumento do grau de escolaridade das mães e das taxas de aleitamento materno.
Para ela, reduzir estes índices é um desafio dos governos federal, estaduais e municipais.
“Nós da Sociedade Paraense de Pediatria, juntamente com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não medimos esforços para combater a mortalidade infantil e contribuir para diminuir as desigualdades regionais e estruturais. Isso requer uma ação articulada entre as esferas federativas e a sociedade organizada. O debate na Estação Unimed-Belém é mais um reforço dos pediatras do Pará em busca do fortalecimento do pacto firmado com os governantes da Amazônia Legal”, destaca.
A Sociedade Paraense de Pediatria apóia as iniciativas do Ministério da Saúde, do governo do Estado e dos municípios, principalmente no que se refere a fortalecer a qualificação dos profissionais, pactuar metas e buscar resultados, melhorar as condições de trabalho e de remuneração dos pediatras, interagir com as equipes de Saúde da Família, trabalhar para ampliar o número de leitos hospitalares para criança e respaldar os investimentos em novas tecnologias para os leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), finaliza Amira.
Contatos para entrevistas:
Amira Figueiras: 8123.3891 – 3249 9111 (SPP) – Residência – 3255. 0953
Isabel Neves – 8124. 8984
Texto de Kid Reis – 9942. 1171 - Jornalista Free-lancer - Mtb. 15.633 - SP- SP
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