O Democratas pediu na noite desta quinta-feira a renúncia do deputado Edmar Moreira (DEM-MG), da 2ª vice-presidência da Câmara dos Deputados, em função das denúncias de que
o parlamentar não declarou ao imposto de renda um castelo de sua propriedade e de que tem dívidas com o INSS.
A recomendação consta de nota à imprensa assinada pelo presidente da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ).Maia afirma, na nota, que as denúncias divulgadas pela imprensa serão remetidas imediatamente à comissão de ética do partido, "para que, o mais rapidamente possível e concedido o amplo direito de defesa conforme os ritos estabelecidos estatutariamente, seja tomada uma decisão final".
O documento diz que o Democratas repele e considera incompatível com o rigor ético do partido as declarações do deputado Edmar Moreira. "É inaceitável colocar a solidariedade fraterna entre colegas acima do compromisso essencial com a moralidade parlamentar."
Com ares de resort, o imóvel no distrito de Carlos Alves, em São João Nepomuceno, agora tem todas as atenções voltadas para suas oito torres, 36 suítes, 18 salas, piscina com cascata, fontes, espelhos d'água e 275 janelas. São muitas as lendas em torno do castelo erguido a dois quilômetros do povoado de cerca de 2 mil moradores.
Uma delas sustenta que um funcionário foi contratado apenas para abrir e fechar as portas e janelas. Somente na fachada são mais de 180 aberturas. Outra história que passou a ser contada, após a conclusão da mansão, em 1990, é que o prédio imponente abrigaria um cassino, caso o jogo fosse liberado no país.
Dona Júlia, mulher do deputado, também protagoniza parte do folclore do castelo. Dizem que, enciumada com a compra da fazenda mais bonita da região por um irmão do deputado, ela pediu ao marido que construísse um castelo para ela. E ele fez.
A estimativa é que em mais de uma década de obra a construção tenha consumido mais de R$ 10 milhões. A suíte do casal fica na torre mais alta do castelo e tem 110 metros quadrados.
O Deputado Edmar Moreira(foto), desde 1983, explora um dos ramos de negócio que mais cresce no país, a segurança privada. Ele é dono da empresa Ronda - Empresa de Segurança e Vigilância Ltda, criada há pouco mais de 25 anos, com sede na avenida Tiradentes, 1.394, bairro da Luz, em São Paulo.
O responsável pela Ronda é a mulher de Edmar, Júlia Fernandes Moreira, que também tem a mesma função em outra empresa do marido, a Centro de Formação e Treinamento de Segurança Itatiaia Ltda, fundada em fevereiro de 1988. Ela também tem sede no estado de São Paulo, mas desta vez na cidade de Ponte Pequena, na região Norte.
Filho de um carteiro de Juiz de Fora e de uma professora primária, Edmar fez curso de perito contador e depois foi admitido na Polícia Militar e chegou ao posto de capitão.
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