"Estava há pouco escrevendo uma petição e deparei-me com as textuais laudatórias:
Excelentíssimo senhor doutor desembargador relator...
Inclítos julgadores
Douto procurador de Justiça
Meu Deus, tantos adjetivos impróprios, quantas saudações imerecidas.
Lembrei do que disse Pedro Paulo Filho no livro Advogados e Bacharéis, os Doutores do Povo, referindo-se ao conselho que o advogado português Ari dos Santos deu ao seu filho sobre a advocacia:
"Ensinam-te que podes falar com altivez, liberdade e maior soma de isenções, mas se deixares de chamar meritíssimo a juiz quem não tem mérito algum; se deixares de alcunhar de douto um despacho que é um amontoado de disparate; se deixares de fazer preceder o agente do Ministério Público de um digníssimo servil; se deixares de dar excelência a quem, por vezes, só é excelente no erro, não podes ir muito longe".
São mentiras diplomáticas forenses."
4 comentários:
Bingo!
O Causídico autor das considerações acima está de parabens, a exemplo do blogueiro que cedeu espaço para a publicação.
Arimateia Jr.
Pois é meu caro. Muitas vezes me contrariei dando mérito a quem não merece. De "meritíssimos", "ínclitos" e "honrados", tudo assim, no minúsculo, estamos cheios...
Grato pela visita!
Caro Olinto:
Agradeço-lhe por ter postado o texto.
Sempre apareço por aqui.
Irei fazer um link de seu blog no meu.
Abraços
Sanderson Moura
Grato, Sanderson. Estar em suas recomendações e receber sua visita me deixa feliz de verdade!
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