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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

DE CABEÇA PARA BAIXO

Todas as pessoas dizem que as crianças são o futuro da humanidade e eu concordo plenamente com isso. Só não posso precisar é se esse futuro será bom ou ruim; isso depende de como estaremos tratando dessas crianças hoje. Alguns exemplos me fazem acreditar que o futuro está nas mãos de todas as pessoas e não apenas de políticos e governantes. Encontrei dias atrás um rapaz que conheci garoto e conversei por um tempo com ele; naqueles poucos minutos, ele me passou algo tão triste que nem sei expressar direito. Reclamou da vida, de uma melhor condição financeira, da falta de esperança de dias melhores e disse que estava vivendo por viver, à custa da caridade alheia. Lembro-me que quando garoto, aquele rapaz tinha uma vivacidade incrível, uma animação que dava gosto de ver. Eu sentia nele um espírito de liderança e inteligência acima da média. Ele já era carente financeiramente mas compensava isso com um brilho de inocência dentro de seus olhos que não encontrei mais. Suponho que aquele brilho era o sonho que aquele menino tinha de ser alguém na vida. Ele me dizia: “Eu também vou ser doutor quando eu crescer, você vai ver!” Ele não imaginava um futuro melhor, ele tinha certeza. Mas a partir daí, a vida lhe deu tamanhas “bordoadas” que aquele sonho deu lugar a desesperança e a decepção: - Sabe doutor, minha mãe se suicidou e eu, que já não tinha pai, fiquei sem ninguém nessa vida, disse com um sorriso triste, do alto de seus dezesseis anos. Naquela hora não deu para responder muita coisa para aquele menino, mas a sua imagem não saiu mais de minha cabeça. Quando eu vejo esse mundo “de cabeça para baixo”, com cobra engolindo cobra, filhos matando pais, lembro que os adultos perdidos que existem por aí foram crianças inocentes um dia e não tiveram o direcionamento necessário para se transformar em pessoas de bem. A cadeia está cheia de gente assim, quem quiser conferir é só conversar com a grande maioria dos “bandidinhos” e dos “bandidões” que existem por aí. A maior carência que existe hoje no mundo é de líderes e muita gente acha que ser líder é privilégio de políticos, o que não é verdade. Quando alguém ensina uma criança a ver o mundo de cabeça erguida, sem se imaginar melhor nem pior que ninguém, está dando a sociedade uma possível solução para seus problemas. Quem tem personalidade marcante, positiva e cativa as pessoas com o seu pensamento ou pela simples presença, sem autoritarismo e arrogância, pode acreditar que tem dentro de si a chave que abre a porta da paz.

Um comentário:

Anônimo disse...

A vida é mesmo cheia de altos e baixos, más o importante é ter um coração do bem e sempre pronto a se refazer.