A crise mundial na economia está tomando rumos preocupantes. Não é uma simples "marola", como se anunciou. É necessário compreender melhor para não haver maiores prejuízos. O presidente-executivo da Vale, Roger Agnelli, afirmou nesta sexta-feira, em notícia publicada pela Agência Reuters, que a crise econômica global será intensa por alguns meses e que alguma recuperação deverá vir apenas em 2009. Como reflexo da queda na demanda no setor, os preços no mercado disponível de minério de ferro, onde são negociados volumes que não estão incluídos nos contratos de longo prazo, despencaram, afirmou ele.
"Alguns acham que (a crise) pode durar dois anos. Eu acho que os próximos três ou quatro meses terão uma intensidade fortíssima, e a recuperação poderá vir no segundo trimestre de 2009", afirmou Agnelli a jornalistas durante evento no Rio.A Vale anunciou nesta sexta-feira a interrupção da produção de minério de ferro em algumas unidades no Brasil, com volume que equivale a aproximadamente 10% de sua produção total.A companhia também suspendeu a produção em algumas unidades fora do Brasil, devido à queda na demanda por minérios e alguns tipos de metais em várias partes do mundo.Agnelli disse que as férias coletivas concedidas pela empresa poderão durar de 15 a 20 dias, dependendo do lugar."É um aperto momentâneo. O mercado tende a um rearranjo fortíssimo, então em grandes mercados como a China as siderúrgicas estão cortando a produção. A construção civil caiu e não tem porque continuar a produzir (aço) para deixar no estoque", afirmou.
Como resultado dessa situação, o executivo disse que os valores do minério de ferro no chamado "mercado spot" desabaram."Os preços no mercado (spot) hoje são preços de liquidação. E você tem vários traders que compraram e estocaram e agora têm que vender por qualquer preço", declarou, acrescentando que a Vale não pretende participar desse mercado no momento.
"Os preços não são reais. Eles estão vendendo para pagar a conta de ontem."O presidente da Vale afirmou que a empresa vai aproveitar a pausa no ritmo do mercado para trabalhar em manutenção e eliminar alguns gargalos, operações que haviam sido deixadas de lado pelo forte movimento de produção e vendas que reinava no setor há poucos meses.
"A gente estava trabalhando com 110% da capacidade. Estávamos trabalhando sem estoque, e agora estamos voltando ao normal", afirmou."Algumas minas estão em processo avançado de deterioração. O minério está perdendo a qualidade. Por isso fechamos aquelas minas em que a qualidade é menor".
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